Sonhos são gratuitos, transformá-los em realidade, tem um preço, e somente as grandes e imparciais almas cabem julgar os grandes sonhos.

31-01-2011 14:09

A história da humanidade é repleta de sonhos e conquistas. O Sonho sempre teve um papel fundamental na vida de grandes personagens. Vários projetos e obras de grandes homens começaram com simples sonhos. A sabedoria popular costuma dizer que sonhar não custa nada, isso é até uma verdade, porém transformar um sonho em realidade é que na maioria das vezes nos custa tão caro. Não estou me referindo a qualquer tipo de sonho. Falo do sonho real, daquele que você deseja tanto que parece que dá pra senti-lo, tocá-lo. Aquele quando concretizado, deixará você de alma lavada por um bom tempo. 

No carnaval, o grande sonho das escolas de samba, é consagrar-se como a grande CAMPEÃ.

Porém, como tudo no mundo do samba é muito relativo, após muito se falar sobre o assunto, além da real necessidade, até por questões culturais, já está em andamento o projeto que conquistado por grandes sonhadores que pagam um preço alto por seus sonhos e derramam o suor de seus rostos, por amor e dedicação a sua comunidade e ao seu pavilhão, um local adequado para por em prática a realização dos seus projetos, e nada mais belo que o nome “Fábrica dos Sonhos” para batizar essa conquista.

Agora com a conquista deste sonho conjunto, nos resta outra preocupação. Será o fim dos questionamentos sobre a forma como são julgados os sonhos individuais que cada agremiação apresenta durante seu desfile?

 Talvez, eu tenha confundido a você leitor com esse questionamento. Mas vale ressaltar que a viabilização do projeto da fábrica dos sonhos, nos dará condições adequadas para construir e realizar os sonhos que sonhamos todo ano, junto com a nossa agremiação de coração.

Mas para trilhar essa trajetória e embarcar nesse sonho, é preciso ter muita competência para sonhar. Sim, até para sonhar você precisa ser eficiente, a escolha do tema enredo não pensado em todos os aspectos, caminha para um resultado desastroso, fadado ao fracasso.

Sim, caríssimos! Nós Sambistas, foliões, carnavalescos, integrantes, interpretes, coreógrafos, diretores, ritmistas, bailarinos, enfim artistas do carnaval, somos JULGADOS. Julgados pelos nossos sonhos, mas sobretudo, somos julgados pela disputa que nós mesmos criamos com intuito de alcançar o sonho maior, aquele que dividimos o ano inteiro e esperamos tanto, a consagração da nossa escola como CAMPEÃ.  

Felizmente ou Infelizmente há disputa nesse concurso, que é totalmente diferente de rivalidade e o que o torna mais atrativo e competitivo. Além de que aquilo que se é criticado, pode nos conduzir ao crescimento, e a conscientização e a melhoria das nossas capacidades. E com essa palavra “JULGAMENTO”, muitos sonhos, muito trabalho, tanto esforço e suor derramado, se esvai de nossas mentes como areia fugindo as mãos.

A tarefa do julgador, assim como de nós que criamos e construímos os sonhos não é fácil. A responsabilidade de julgar é de fazer justiça. Seu dever não é apenas de julgar, mas de julgar bem.

Quem Julga, não pode omitir-se, deve manter-se atento a imparcialidade, porque todo jogo tem regras, e o agravante da dificuldade para ambos, é que o sonho está ligado totalmente ao emocional, o julgamento e as regras estão na outra extremidade, a RAZÃO.

As regras do jogo, impõe aos sonhadores a obrigação de buscar provas e argumentos para abrilhantar, emocionar, encantar e convencer a RAZÃO dos JURADOS, que o sonho da minha escola foi melhor ilustrado, cantado, bailado, e realizado enquanto apresentado na passarela.

Perfeito seria se todos os sonhadores fossem campeões sempre, porque na maioria das vezes pagamos tão caro por esse sonhar.

O mais importante de tudo isso é jamais esquecer o legado e manter o sonho vivo na mente e no coração, essa é a verdadeira missão do Samba. Nós Sonhadores Sambistas, jamais podemos nos limitar a um diminutivo no julgamento, não, ser julgado faz parte do jogo e da vida diária e não permitam jamais que roubem a nossa capacidade de sonhar.

 Mantenhamo-nos unidos sonhando e trabalhando para que o SHOW DE ENTRETENIMENTO, INTERAÇÃO DEMOCRÁTICA, UNIÃO DE CLASSES, RAÇAS E CULTURAS PERDURE E SE ETERNIZE, ENFIM NÃO DEIXEMOS JAMAIS O NOSSO SAMBA MORRER.

 

Fábio Rocha